SAR.
D. Maria Pia de Saxe Coburgo e Bragança
A filha desconhecida de SM. O Rei D. Carlos!
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Págs.
275 -276 |
“Aqui
se insere, precisamente, a curiosa história de D.
Maria Pia de Bragança, meia-irmã de D. Manuel.
Esta senhora - reconhecida pelo Vaticano, como filha de D.
Carlos.”
“Mais
tarde, como advogado, tive acesso a documentos que não me deixaram
dúvidas quanto à filiação de D. Maria Pia”
Chocado
o amigo leitor? Não
admira! É realmente chocante como
ao longo de décadas se escondeu por todos os meios
a verdade histórico legal ao povo Português,
se escondeu a existência desta filha reconhecida pelo
Rei D. Carlos e a sua legitimidade como pretendente ao trono
e como verdadeira duquesa de Bragança.
SAR.
D. Maria Pia nasce em Lisboa no dia 13 de Março de 1907
na Av. da Liberdade. Fruto de uma relação extra – conjugal
de Rei D. Carlos com sua mãe Maria Amélia Laredó.
No
dia 14 de Março, dia seguinte ao seu nascimento o Rei D.
Carlos concede uma mercê de reconhecimento à filha:
“Eu,
El Rei, faço saber aos que a presente carta virem, atendendo
as circunstâncias e qualidades da muito nobre senhora
Dona Maria Amélia de Laredó, e querendo dar-lhe
um testemunho autentico da minha real consideração, reconheço
por muito minha amada filha a criança a quem
dera a luz a mencionada Senhora na freguesia do Sagrado Coração
de Jesus em Lisboa a treze de Março de mil novecentos
e sete. Sendo bem-visto, considerado e examinado por mim, tudo
o que fica acima inserido e
peço às autoridades eclesiásticas ponham-lhe
as águas baptismais e os nomes de Maria e Pia, a
fim de poder chamar-se com o meu nome, e gozar de ora em diante
deste nome com as honras, prerrogativas, proeminências,
obrigações e vantagens dos infantes da Casa de
Bragança de Portugal. Em testemunho
e firmeza do sobredito fica a presente carta por mim assinada.
Com o selo grande das minhas armas. Dada
no Paço das Necessidades a
catorze de Março de mil novecentos e sete. Carlos
primeiro, El Rei.”
Devido à frágil
situação politica em que se encontrava o rei, à agitação
cada vez maior dos republicanos este nascimento Real passou a ser
considerado um segredo de Estado e sem poder provar suspeitamos
que o Rei deu um nome de código à sua amada “ Grimaneza” pois
de outra forma não se explica a estranha coincidência
de no diário do seu médico pessoal, o Conde de Mafra,
Dr. Tomaz de Mello Breyner 1905-1907 aparecer uma nota do seu sobrinho
Gustavo de Mello Breyner Andersen de 2002 na pág. 125:
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E
também a suspeita eliminação das páginas
desse diário publicado, dos dias 10 a 14 de Março
de 1907. Que correspondem aos dias que antecedem e ao dia de nascimento
da princesa.
É aliás
muito estranho a tratar-se de outra filha do Rei com o mesmo nome.
Ambas são de origem Brasileira, ambas se chamam Maria Pia,
ambas reconhecidas e ambas a morrer há poucos anos em Itália,
tendo como referencia a nota de Gustavo de Mello Breyner que é de
2002.
Ora
a nossa princesa morre precisamente em Itália em 1995.
Uma
ou duas Marias Pias, a
verdade é que para os que em Portugal diziam impossível,
o rei haver reconhecido uma filha fora do casamento, fica este
testemunho de quem viveu lado a lado com o rei e com ele privou.
O seu médico pessoal!
Não
era necessária a informação precedente para
dar consistência à história de SAR. D. Maria
Pia, o seu certificado de baptismo e os inúmeros testemunhos
são prova mais do que suficiente da sua filiação,
da qual haveremos mais adiante que retirar as devidas consequências.
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O último
parágrafo é muito importante por se tratar
do testemunho assinado de A. Goicoechea, ministro
do Rei Afonso XIII de Espanha e governador do banco de Espanha,
que assistiu ao baptizado.
Voltando
um pouco à nossa história mercê da citada procuração
do Rei e do reconhecimento paterno, D. Maria Pia é levada
para Madrid com o seu tio D. Afonso duque do Porto, que leva pessoalmente
a procuração de D. Carlos que é entregue ao
rei Afonso XIII de Espanha e assim no dia 15 de Abril de 1907,
realiza-se o baptismo em Madrid com a presença de inúmeras
testemunhas entre as quais Goicoechea, que assina ter visto o documento
original escrito pelo punho de D. Carlos I.
A
assinatura de Goicoechea, não é porem uma assinatura
qualquer, era a assinatura de um homem de bem que tinha o
seu nome em todas as notas do banco de Espanha e
aceitar as maliciosas acusações de falsidade
por parte dos seguidores de Duarte Pio, era o mesmo que dizer,
que o dinheiro que circulou em Espanha durante décadas
era falso. Um absurdo que só poderia ter origem em
gente mal formada, como os leitores podem concluir da leitura
dos tópicos desta página em “ O rei faz
de conta”
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Anos
mais tarde a sobrinha de Goicoechea dá fé de toda
esta situação de reconhecimento e do acompanhamento
que seu tio fez como testemunha de toda a situação:
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Também
o próprio Rei Afonso XIII deixa testemunho dessa amizade
que o uniria para sempre a SAR. D. Maria Pia, bem como o seu filho
D. Jaime de Bourbon, com a recomendação: “ É una
tonteria querer olvidar tu derechos de infanta da Casa de Bragança”
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Não
resta dúvidas quanto à filiação de
SAR. D. Maria Pia, bem como à mercê concedida por
seu pai que a coloca na 3ª posição da linha
de sucessão em 1907 depois dos seus irmãos o príncipe
D. Luís Filipe e o Príncipe D. Manuel.
Após
o seu baptizado D. Maria Pia viveu entre Lisboa e Vila Viçosa
onde se encontrava no dia do regicídio, 1 de Fevereiro de
1908, quando ainda tinha poucos meses.
Imediatamente é levada
para Espanha e fica sob a protecção do Rei Afonso
XIII. Conforme é notório pela carta anterior de D.
Jaime de Bourbon:
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Em
1910 dá-se a implantação da república
e aparece a lei de proscrição que impedia todos os
membros da família real até ao 4º grau de pisarem
solo pátrio.
LEI
DE PROSCRIÇÃO
Decreto, de 15 de Outubro de 1910
O Governo da Republica Portuguesa faz saber que, em nome da Republica, se decreta,
para valer como lei, o seguinte:
Artigo
1.º É declarada proscrita para sempre
a família de Bragança, que constitui a dinastia
deposta pela Revolução de 5 de Outubro de 1910.
Art.º 2.º Ficam
incluídos expressamente na proscrição
os ascendentes, descendentes e colaterais até o quarto
grau do ex-chefe do Estado.
Art.º 3.º É expressamente
mantida a proscrição do ramo da mesma família
banido pelo regime constitucional representativo. (ramo
miguelista, do qual Duarte Pio é o actual representante)
Art.º 4.º No caso de contravenção
do artigo 1.º, incorrerão os membros da família
proscrita na pena de expulsão do território
da República e, na hipótese da reincidência,
serão detidos e relegados nos tribunais ordinários.
Art.º 5.º O Governo da República regulará oportunamente
a situação material da família exilada, respeitando os
seus direitos legítimos.
Assim devido a esta medida legislativa SAR. D. Maria Pia fica impossibilitada
de entrar em Portugal legalmente até 1950, data da revogação
da lei. Mas depois disso tudo fizeram para manter o afastamento da princesa,
uma vez que a revogação da lei teve como objectivo permitir a
entrada em Portugal do ramo banido e sem quaisquer direitos, o ramo miguelista
de que Duarte Pio é o actual representante.
Isto
porque a base de apoio monárquica do regime, estava em
homens que provinham de famílias miguelistas que se integraram
facilmente no espírito do Salazarismo e do Fascismo.
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Págs. 272 -274
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“Quanto
aos monárquicos constitucionais que nunca aprovaram Duarte
Nuno, esses foram desaparecendo com os anos, depois da morte de
D. Manuel II, em ritmo acelerado…outros ficariam melancolicamente «monárquicos
sem rei» ”
Mas
a verdade não era essa. A verdade é que D.
Carlos tinha deixado uma filha viva, a quem providencialmente
havia reconhecido e feito Infanta da Casa de Bragança, no
entanto esta filha era uma jovem quando Salazar subiu ao
poder com o apoio dos monárquicos absolutistas, seria
impossível ter a consciência da sua missão,
até que a idade e a maturidade a despertaram principalmente
depois de ter vindo a Portugal e ter visto a miséria
a fome e a tuberculose.
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Mário
Soares pág. 276
“Escorraçada
por Salazar, combatida asperamente pelos monárquicos do
regime” sic.
Não é difícil
compreender como se fez o branqueamento da verdade histórico
legal, os 38 anos que durou a longa noite do Fascismo, permitiram
criar uma falsa ideia de que Duarte Nuno e seu filho Duarte Pio
eram os únicos e legítimos descendentes do último
rei de Portugal. D. Manuel II.
Nada mais
falso, nada mais hipócrita!
D.
Maria Pia obteve no dia seguinte ao seu nascimento o principal
reconhecimento que uma criança pode ter, ser reconhecida
pelos seus pais, neste caso pelo seu pai, SM. El Rei D. Carlos
I, reconhecimento esse que como já vimos foi testemunhado
por pessoas muito importantes.
Curiosamente
incomodado com esta situação Duarte Nuno, pai de
Duarte Pio, intenta um processo em 1972 no Tribunal da Rota Roma,
com o objectivo que fosse retirado do certificado de baptismo de
SAR. D. Maria Pia o nome do Pai SM. D. Carlos I.
A
este acto próprio de uma mente maquiavélica a Igreja
reage com determinação, fazendo uma investigação
e produzindo várias sentenças, a primeira declarando
que Duarte Nuno não tinha direito a propor aquele tipo de
acção nem que tenha provado a sua qualidade de pretendente
legítimo:
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Extracto
da sentença Rota Roma (tribunal eclesiástico) de
1982
Mas
o tribunal diz mais:
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A
sentença da Rota Roma declara também o seguinte:
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Este
facto é muito importante pois que a monarquia portuguesa é católica
apostólica romana e isto quer dizer que cabe ao Papa
a ultima palavra na entronização dos reis.
Duarte
Pio tem 10 anos para apresentar recurso da sentença, uma
vez que se substitui ao seu pai, morto em 1976 mas nada faz.
Se
este processo foi desencadeado por Duarte Nuno tendo já o
filho Duarte Pio 27 anos, acompanhado naturalmente toda a situação, se
Duarte Nuno e Duarte Pio reconheceram à Rota Roma legitimidade
para julgar este caso, então obviamente tem de reconhecer
como legitimas as sentenças deste mesmo Tribunal que declaram
finalmente em 1992 a validade do certificado de baptismo de D.
Maria Pia com todo o seu conteúdo.
Esta
validação coloca agora sem qualquer margem de dúvida
SAR. D. Maria Pia, na chefia da Casa Real de Bragança, como
a legitima duquesa de Bragança. A filha do rei que foi julgada
e aprovada pela Igreja como sendo verdade e válidos os dizeres
do seu certificado de baptismo:
“Eu,
El Rei, faço saber aos que a presente carta virem, atendendo
as circunstâncias e qualidades da muito nobre senhora
Dona Maria Amélia de Laredó, e querendo dar-lhe
um testemunho autentico da minha real consideração, reconheço
por muito minha amada filha a criança a
quem dera a luz a mencionada Senhora na freguesia do Sagrado
Coração de Jesus em Lisboa a treze de Março
de mil novecentos e sete. Sendo bem-visto, considerado e
examinado por mim, tudo o que fica acima inserido e
peço às autoridades eclesiásticas ponham-lhe
as águas baptismais e os nomes de Maria e Pia, a
fim de poder chamar-se com o meu nome, e gozar de ora em
diante deste nome com as honras, prerrogativas, proeminências,
obrigações e vantagens dos infantes da Casa
de Bragança de Portugal. Em testemunho
e firmeza do sobredito fica a presente carta por mim assinada.
Com o selo grande das minhas armas. Dada no Paço das
Necessidades a catorze de Março de mil novecentos
e sete. Carlos primeiro, El Rei.”
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O último
parágrafo da sentença é terminal:
“ O
Acto de baptismo de Dona Maria Pia Saxe Coburgo e Bragança
da paróquia Madrilena de Nª Sª do Carmelo é válido
em todo o seu vigor, consistente e permanente”
E
desta forma fica finalmente demonstrada a verdade!
Triste é que
D. Maria Pia tinha então 85 anos, sofridos para ver reconhecido
pelo mundo, aquilo que seu pai fez horas depois do seu nascimento,
a sua paternidade e filiação como princesa Real da
Casa de Bragança. Os culpados de toda esta situação
são sem dúvida alguma os Usurpadores Duarte Nuno
e Duarte Pio, que quer através de acções directas,
quer através dos seus partidários enfronhados no
regime fascista ao longo de décadas habilmente diligenciaram
como Mário Soares testemunha. Para manterem escorraçada
a verdadeira Duquesa de Bragança e dessa forma ocultarem
a verdade a que o povo português tem direito!
Dessa
forma ambos vêem enganando o povo há décadas
e dai colhendo inúmeros benefícios, sociais, financeiros
e pessoais, quer das pessoas que incautas os consideram e tratam
como representantes dos reis de Portugal, como até dos sucessivos
governos republicanos que os tem suportado.
Da
história pessoal e da personalidade de D. Maria Pia, resta
dizer que era uma mulher fora do seu tempo, determinada, apaixonada,
impulsiva, falava várias línguas e tinha uma formação
cultural acima da média.
Traída
pelos sucessivos governos, políticos e familiares, abdica
em 1987 por cooptação na pessoa de SAR. D. Rosário
Poidimani que passa a ser então o seu sucessor na chefia
da casa real.
Tudo
isto e o fundamento legal desta abdicação se encontram
detalhados noutro tópico deste site.
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