Operação:
Rasura Histórica D. Maria Pia
Sob a existência e os direitos de nascimento de SAR.
D. Maria Pia, formaram-se ao longo de décadas muros
de silêncio e cumplicidades verdadeiramente escandalosas,
no entanto muitos documentos ficaram para a posteridade e por
eles podemos seguir o rasto desta conspiração
do silêncio:
O
memorando desaparecido do Testamento de D. Manuel II.
Ponto
nº 7 do testamento:
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SAR.
D. Maria Pia, sempre reclamou que neste memorando o seu irmão
D. Manuel lhe deixava um conjunto de bens. Dos vários testamentos
que pudemos ler publicados na “íntegra” em vários
livros não consta o dito memorando. Não podemos pois
afirmar das razões invocadas por D. Maria Pia, mas também
achamos suspeita esta ausência do dito memorando que como
o Rei diz, faz parte integrante do testamento e por esse motivo
deveria ser público.
Uma
estranha carta de Alfredo Pimenta à rainha D. Amélia.
D.
Maria Pia recebe este bilhete acompanhado de uma cópia
de uma carta/livro de Alfredo Pimenta à Rainha:
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E
a carta segue por ai fora até que na pág.13 e 14…
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Se
o rei D. Manuel já estava morto esta alusão de obediência
a duas monarquias a duas cortes indicia o claro conhecimento por
parte de Alfredo Pimenta e dos Integralistas Lusitanos de uma outra
linhagem real obviamente em D. Maria Pia.
Mas
na pág.11 dessa mesma carta Alfredo Pimenta lembra à Rainha
que os reis de Portugal têm uma descendência digna
tentando desta forma captar o apoio da rainha para a sua causa,
uma vez que a outra descendência resultava do fruto do adultério
do Marido da rainha, o Rei D. Carlos I, coisa que mulher alguma
suporta de bom grado…
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E
ainda se alegra por a “providência” ter extinguido
o ramo reinante na pessoa dos dois filhos da rainha, D. Luís
Filipe assassinado a tiro no regicídio e D. Manuel II provavelmente
envenenado.
E a carta termina assim:
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Esta
carta é de 1945. |
No
livro:
Em
19 de Outubro de 1932…proclama “ Rei
Legitimo de Portugal Sua alteza Real o Senhor Dom Duarte de Bragança”
O
Governo faz silencio sobre estes acontecimentos e não virá a
referir-se a D. Duarte Nuno como duque de Bragança, por
entender que esse título, privativo do herdeiro do Trono
está vacante….D. Amélia se apressaria a informar
Salazar, especificando que não dera ao seu primo visitante
o tratamento de duque de Bragança…ela que em tudo
foi grande, teve igualmente dificuldade interior em ultrapassar
a já centenária querela de família.
Pág.169
Ressalta à evidência
que, tanto com as rainhas como com os príncipes
do tronco miguelista, as relações da Família
Real Portuguesa com o Governo da República, são
sob Salazar as melhores, independentemente
do que pudesse acontecer com os monárquicos. Presos
ou deportados, perseguidos ou marginalizados, tudo isso
deixava aparte, perante o Governo a Sereníssima
Casa de Bragança.
Pág.
212
D.
Amélia colabora como madrinha por procuração….e
muito mais seguramente da consideração da Rainha
por Salazar.
Pág.
215
…e
a frieza glaciar da Rainha a escrever então ao Pretendente “Meu
Primo”. E vê na Monarquia a solução
adequada para o País. Mas dir-se-ia que, sendo Rainha
contempla a instituição Real “ do lado de
fora”…. Pois parece muito mais “salazarista” do
que monárquica
Pág.261
Olhe:
Diga ao Sr. Presidente do Conselho que pelo País, sim porque é governado
por ele, alguma coisa farei.
Nota:
referia-se a Rainha ao pedido de Salazar para deixar alguns bens
ao Eng. Duarte Nuno para que vivesse destes rendimentos.
Pág.263
Não
se sabe se o testamento foi ou não feito antes da congestão
cerebral que a Senhora D. Amélia sofreu.
Pág.
272
…quero
participar-lhe que acabo, conforme então prometi, de fazer
um “addendum” ao meu testamento deixando tudo quanto
tenho em Portugal ao meu afilhado D. Pio Duarte de Bragança…se
fiz o que cabo de fazer, foi única e exclusivamente porque
o senhor mo pediu
Nota: é interessante
verificar que não só a Rainha não sabe o nome
do afilhado que troca Duarte Pio por Pio Duarte, como a evidência
de ter feito o frete de alterar o testamento por consideração
a Salazar.
“Assim
o perigo de uma restauração da monarquia em Portugal
aparece hoje definitivamente afastado – não só porque
não há monárquicos, isto é monárquicos
capazes de se bater pela monarquia, como porque
o pretendente oficial, Duarte Nuno de Bragança, é um
personagem medíocre comprometido como regime, dos pés à cabeça,
que no fundo o subsidia, sem rasgo nem coragem
para suscitar um movimento restaurador entre os seus desalentados
partidários”
(Clique
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Pag.275 |
Maria
Pia tornou-se mais tarde grande apoiante do general Humberto Delgado
e a este prestou grande apoio e assistência nas amargas horas
do exílio até ao assassinato:
“ no
dia seguinte ao das eleições recebi uma visita
de Dona Maria Pia de Saxe Coburgo, filha legítima de Carlos
I, assassinado em 1908.Viera de Roma e fizera imediatamente uma
visita a minha mulher.Tratava-se
de uma encantadora mulher de princípios liberais, e eu
disse-lhe que muito embora fosse republicano e portanto contrário à Monarquia,
podia mesmo assim conceber um Portugal onde ela pudesse entrar
livremente. Acrescentei que me solidarizava com a sua posição,
pois fora privada dos seus direitos e tivera de vir a minha casa
de óculos escuros para passar despercebida. Repeti-lhe
que, na nossa democracia, isso não seria preciso.
Enquanto escrevo estas linhas, a Princesa acaba de ser entrevistada pelo jornal «La
Suisse», de Genebra, no qual
ataca o ditador Salazar, a quem também ela considerava antes um Messias.
Veio a mudar a sua opinião quando regressou a Portugal durante a campanha
eleitoral e viu a miséria, tuberculose e analfabetismo, sob um severo
e implacável regime. Neste país, vergonhosamente pobre, nem sequer
tivera a satisfação de ver palácios como o das Carrancas
do Porto, ou de Vila Viçosa, convertidos em hospitais.
Ante a
indevida apropriação da fortuna por parte de seu irmão,
Dom Manuel II, deposto em 1910 pelo Governo Republicano, decidiu reclamar os
seus direitos que soube terem sido transmitidos para Dom Duarte Nuno, descendente
estrangeiro, através de Dom Miguel do ramo Absolutista, banido do país
há um século. Considera-se a verdadeira Duquesa de Bragança
e, num memorando entregue aos delegados numa reunião em Genebra, em Maio
de 1961,convocada por causa do problema do Laos, pediu que apoiasse a sua causa”.
(Humberto Delgado -Memorias pp. 233,234)
Depois deste apoio declarado a
Delgado o regime fecha definitivamente as portas a D. Maria Pia:
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Como
já se provou pela extensa documentação a filiação
de D. Maria Pia foi creditada pelo mais exigente tribunal do Mundo,
o da Rota Roma e esta
declaração do secretário de Salazar comprova
mais uma vez, quanto o regime acobertava Duarte Pio e Duarte Nuno
e expurgava indecentemente D. Maria Pia.
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